A exposição reúne oito jóias sacras inspiradas na liturgia do candomblé ketu, criadas por Stéphanie Moreira, Egbome de Ogum, além de outros objetos artísticos que dialogam com a estética, espiritualidade e resistência dos povos de terreiro. A mostra inclui audiodescrição para garantir acessibilidade e encerra com a exibição do curta-metragem homônimo, às 19h, e uma roda de conversa com a artista, a curadora Cláudia Moreira, e integrantes da equipe.
Segundo Stéphanie, para além da beleza das jóias, a exposição representa uma ação de enfrentamento à intolerância religiosa e ao racismo estético. “Trazer essas joias para a universidade é uma forma de afirmar o direito à existência das nossas crenças e práticas, chamando a sociedade para refletir sobre os limites que precisamos impor aos ataques históricos que os povos de axé vêm sofrendo”, declarou a artista.
A curadora Cláudia Moreira ressaltou que a exposição ressignifica o lugar da arte produzida nos terreiros: “Essas jóias, utensílios e ornamentos tradicionalmente vistos como apenas objetos de culto, revelam beleza, engenhosidade e profundo cuidado. Ao serem apresentados como obras de arte, desafiam os preconceitos e valorizam a cultura afro-brasileira”, destacou.
A data da exposição reforça o caráter simbólico e político do evento, como destacou o professor João Bosco Filho: “Abrimos nossas atividades no 13 de maio com muita beleza e representatividade, dialogando com o fim formal da escravidão, mas também com as lutas permanentes contra o racismo. Esta exposição é um convite para conhecer a riqueza cultural das religiões de matriz africana e, a partir disso, rever preconceitos e construir uma sociedade antirracista”.
A ação é fruto da parceria entre o projeto de extensão “As Religiões numa Perspectiva Afrocentrada: Diálogos sobre as Religiosidades de Matriz Africana nos Contextos da Educação e da Saúde”, coordenado pelo professor João Bosco Filho, e a Escola de Extensão da Uern (Educa), dirigida pela professora Irene van den Berg. A exposição conta com o apoio de instituições religiosas de matriz africana, organizações comunitárias e marcas parceiras.
FONTE: Portal Tribuna do Norte
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